Tombado pelo CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de Sâo Paulo, conforme resolução SC 05/98, o Pacaembú (Estádio, a Praça Charles Miller, o complexo esportivo - ginásio, quadra de tênis, piscina - e demais instalações) poderá se transformar no grande vilão das futuras administrações da Prefeitura de Sâo Paulo, caso o projeto de estádio para o Corinthians saia do papel.
Por um lado, um novo estádio na capital, seja na Marginal Tietê próximo do Parque Sâo Jorge, no terreno de Itaquera, em um terreno da Telefônica próximo de Interlargos ou numa enorme área da família Matarazzo na divisa com Sâo Caetano, representaria um impacto amplamente negativo no já caótico trânsito de Sâo Paulo, além de uma maior mobilização dos efetivos da CET e da PM.
Pelo outro lado, o Pacaembú deixaria de mandar jogos, mas manteria os altos custos de um estádio sem uso. Por ser um patrimônio público, qualquer reforma deve ser estudada e todo o material é preciso passar por um processo de licitação. A recente reforma do estádio teve orçamento de R$ 6 milhões, onde foi colocado um novo gramado, um sistema de irrigação que coleta água da chuva, o novo sistema de iluminação, além da colocação de 13 mil cadeiras. Está no projeto a reforma da fachada e a impermeabilização das arquibancadas.
No passado, o Corinthians fez várias investidas para administrar o Pacaembú, mas todas elas foram frustradas pela Prefeitura, mas com a confirmação da Copa de 2014 no Brasil e o acordo firmado entre a Egesa e o Corinthians, fez a Prefeitura repensar na idéia de concessão.
O secretário municipal de esportes, Walter Feldman, alerta para o assunto e é favorável ao repasse, pois o Corinthians teria condições de seguir o projeto de revitalização de todo o complexo, bem como na manutenção e aos itens exigidos na carta patrimonial, por ser tombado. A Prefeitura poderia redirecionar os gastos atuais com o Pacaembú para outras áreas.
O fato da Prefeitura começar a ceder com relação ao Pacaembú, não significa que a direção do Corinthians esteja inclinada a aceitar, já que o clube por anos queria o estádio e agora que está próximo de ter o seu, seja com ajuda da FPF ou com a Egesa. A diretoria entende que o Pacaembú precisa ter sua carta patrimonial alterada, facilitando sua administração e manutenção, o que envolverá uma discussão longa e demorada, tempo inclusive suficiente para a construção de um novo estádio, motivo este da diretoria esnobar a possibilidade.
Obviamente que uma arena nova é muito mais atrativa do que um estádio que não poderá ser modificado em sua estrutura. O Pacaembú parece fadado a ser um novo templo das igrejas que tem interesse na administração do complexo e o Corinthians fadado a ter sempre um projeto de estádio com uma maquete em cima da mesa.
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