Blog do Alberto Helena Jr.: Basta Um!
Alguns bloguistas civilizados vivem me pedindo para bloquear essa enxurrada de comentários chulos e primários. Digo que não, por uma razão básica: se bloquear a expressão dessa turma, ela simplesmente se transferirá para outro espaço, onde encontrará recíproca do seu nível. Isto é: cortejando o sucesso, refletido na audiência, no número de comentários enviados, o blogueiro da hora haverá de insistir nos temas e na linguagem mais acessíveis a esse pessoal.
Alguns bloguistas civilizados vivem me pedindo para bloquear essa enxurrada de comentários chulos e primários. Digo que não, por uma razão básica: se bloquear a expressão dessa turma, ela simplesmente se transferirá para outro espaço, onde encontrará recíproca do seu nível. Isto é: cortejando o sucesso, refletido na audiência, no número de comentários enviados, o blogueiro da hora haverá de insistir nos temas e na linguagem mais acessíveis a esse pessoal.
Decididamente, não é esse meu propósito de vida. Se fosse, há muito tempo, com os conhecimentos que tenho de comunicação em todos os veículos, teria saído por aí feito aquele personagem de Rede de Intrigas que passou a incitar o telespectador a gritar qualquer bobagem nas janelas e, no ocaso de sua carreira, atingiu o auge da audiência, antes de se matar.
Ao contrário, entre tantos capítulos de minha carreira, um me é muito caro e paradgmático.
Lá pelos anos 80, comandava um programa jornalístico na TV Gazeta, chamado Nosso Jornal, que ia ao ar das 9 da manhã à 1 da tarde. Nesse tempo, ainda não havia Internet, e a interatividade com o telespectador era feita pelo telefone.
Pois, bem. Havia um telespectador assíduo - desempregado, pai solteiro de filhinha que o acompanhava diante da tv todo dia. Num certo dia, surgiu a mensagem sombria desse telespectador. Coisa do tipo: "Vocês são os únicos companheiros que tenho na vida. Mas, agora, tenho de me despedir de vocês, eu e minha filhinha".
Bateu-me escura premonição. E, a partir daí, todos os dias pedia a esse cara que ele mandasse uma mensagem. Não sabia quem era, qual se telefone, seu nome por inteiro, nada. Diante do silêncio de sua parte, os demais telespectadores passaram a mandar mensagens de alento para ele. Alguns sugeriam um terapeuta; outros ofereciam emprego, mas todos clamavam por uma manifestação dele que comprovasse não ter cometido nenhum desatino.
Por fim, depois de mais de uma semana de apelos e apreensões, ele mandou outra mensagem: seu desejo era matar-se e à filhinha, mas, diante da repercussão tão solidária dos demais telespectadores, não só arrumara um emprego como voltou a ter fé na vida.
Parece coisa de pastor eletrônico, de telenovela barata, de filminho de Natal, enfim
Mas, foi a mais pura verdade. Um fato, que ainda mais reforçou minha convicção de que este ofício bobo de escrever em jornais, revistas, na Internet, e falar na tv, no rádio, possui uma magia que escapa ao nosso alcance. E, para mim, com meio século de trabalho nessa área, foi a mais gratificante de todas as experiências vividas. Contribuir para salvar uma única vida não tem preço ou dimensão.
Transportando para nosso blog. Basta que um, entre tantos malcriados e insanos bloguistas, passe a refletir com clareza e ganhe gosto pela expressão ordenada, já valeu!
Comentário: O que o Alberto Helena Jr. escreveu, falando sobre alguns comentários dispensáveis em seu blog, é a melhor resposta que encontrei para um outro assunto, do qual já fui submetido e preferi ironizar aos amigos e colegas, além de ignorar o cão que ladra, mas se perde em seus latidos quando a roda para, sem deixar de me divertir com isso, afinal o MUNDO está errado, apenas uma pessoa está certa, pessoa essa integra, correta, sem páginas rasgadas, dono da verdade... pena que seja tudo no mundo do "Pequeno Príncipe" (não entendeu? leia a famosa história infantil).
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