Os antigos cartolas corintianos, representados pelo advogado José Tolosa, alegaram problemas de saúde, não compareceram e acabaram suspensos por três anos. A dupla fora denunciada no artigo 238 (receber ou solicitar, para si ou para outro, vantagem indevida em razão de cargo ou função, remunerados ou não, em qualquer entidade desportiva ou órgão da justiça desportiva, para praticar, omitir ou retardar ato de ofício, ou, ainda, para fazê-lo contra disposição expressa de norma desportiva). A pena máxima prevê quatro anos de gancho.
"Não posso falar se foi ou não justo, porque não quero questionar a justiça. Mas vamos entrar com o recurso", antecipou Tolosa, que reclamou muitas vezes durante o julgamento, forçando a interrupação da sessão.
As denúncias foram feitas por conta de supostas irregularidades na parceria da MSI com o Corinthians. Pelo mesmo motivo, o atual presidente alvinegro, Andrés Sanchez, na época vice de futebol, foi julgado, mas acabou absolvido.
Sanchez foi representado pelo advogado corintiano, João Zanforlin, mas sua absolvição não foi unânime. O auditor-relator do processo, Henrique Domenici, propôs um gancho de 120 dias ao atual mandatário corintiano, mas acabou vencido pela maioria dos votos.
"Muitos não acreditam na justiça desse país, mas eu acredito, porque ela foi feita hoje. Espero que esse acontecido seja uma injeção de ânimo para o time sair dessa situação delicada que estamos no Campeonato Brasileiro", filosofou Sanchez.
O Corinthians também acabou julgado pelo artigo 233 (deixar de cumprir obrigação legal por fato ligado ao desporto, observada a competência da Justiça Desportiva prevista em lei) e assim como seu presidente, também saiu livre.
A investigação do STJD foi baseada em dados adquiridos pela Polícia Federal, que reuniu documentos e gravações telefônicas. Com os detalhes cedidos pela PF, o auditor Alexandre Quadros, do STJD, sugeriu as denúncias contra o clube e os dirigentes, mas apontou para o arquivamento do processo de supostas irregularidades no Brasileirão de 2005, quando o Timão sagrou-se campeão. O auditor não encontrou provas contra a campanha do Alvinegro na competição e recusou qualquer possibilidade de o clube perder o troféu.
A procuradoria do Tribunal seguiu o relatório de Quadros e confirmou as denúncias contra Sanchez, Dualib e Nesi, além da acusação contra o próprio clube. Com a punição, os ex-dirigentes do Corinthians não poderão, desta forma, se manifestarem como dirigentes nos próximos três anos. Por se tratar de réus primários, ambos poderão recorrer e ter a pena reduzida após cumprirem metade da suspensão (um ano e seis meses).
* Notícia publicada na Gazeta Esportiva
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