Conversando com um dos leitores pelo Facebook, fui questionado qual seria o maior troféu conquistado pelo Corinthians.
Não vi o título de 77, pois tinha apenas 3 anos. Comecei a torcer mesmo ao me apaixonar pelo futebol de Biro-Biro, Zenon, Sócrates e Casagrande. Não sei se pela pouca idade, mas foi a época mais divertida pois a família toda comparecia aos estádios.
O título brasileiro de 90 foi para mim, em especial, um título da superação. Era Neto o maestro e Ronaldo fechando o gol. Se tinha falta, Neto marcava, se vinha bola, Ronaldo espalmava. E quem não se lembra das firulas de Ronaldo? Das mangingas de “fechar o gol” antes de cada início de tempo? E os joelhos ralados de Neto socando o ar com um gancho? Inesquecível.
Era um time limitado, mas brigador. Não tinha talento, tinha raça. Ninguém, absolutamente niguém da mídia apostava no Corinthians, mesmo próximo de conquistar o título, foi libertador.
Levar o Mundial de 2000 foi recompensador, depois de duas temporadas que nos deram o bi campeonato de 98 e 99, vencer no Rio foi a cereja do bolo, se é que me entendem. Porém vi em campo um time mercenário, sem união, mas que jogava muito bem.
Em 2005, o velho romantismo do futebol irreverente, desafiador, aliado com raça parecia estar de volta. Tevez se tornou ídolo pelas jogadas e arrancadas com aquela alegria de um garotinho.
Veio o penta ano passado, depois de quase ter vindo no ano anterior, mas aí o Mano foi pra seleça, veio o Adilson pardal, o Tite apenas pegou o bonde e tentou guiar. Quem imaginaria que o técnico que perdeu um brasileiro e foi eliminado da pré-Libertadores seria o campeão brasileiro no ano seguinte e da libertadores em seguida?
Ah, sim, Libertadores. Eu confesso que não estava empolgado, afinal como um time que perde para a Ponte Preta, se não vence um paulista, pode pensar em conquistar a América? Queimei a língua.
Ocorre que, diferentemente de outros títulos, não consigo colocar esse como o mais importante da história do clube. O que por sí só já o descredencia a tal. Afinal um grande título tem história, tem entrega, tem dedicação… e não que a Libertadores não tenha proporcionado tudo isso, mas sinto que faltou algo.
Não bastou vencer invicto ou enfrentar times cascudos e campeões nas oitavas, nas quartas, na semi e na final. Ter no elenco um time temido, compacto e que todos fazem o combate. Compacto e mortal.
Porém parece que faltou algo, algo que está no DNA do torcedor corinthiano. Aquela coisa do gol nos acréscimos, da penalidade defendida, do jogo perdido e que a Fiel não parou e o time foi junto e tirou forças do além. Faltou sofrimento, com requintes de crueldade!
Pode ser que você não concorde comigo, até possa citar lances e até um certo drama, mas sofremos mais para conquistar o brasileiro de 1990 do que a libertadores de 2012. E aposto que o título de 77 então, foi ainda mais libertador. Foi um samba com enredo, harmonia e evolução pra delírio de uma nação. Eu não vi, mas tenho relatos apaixonantes de quem viu.
Mas pensando melhor, a maior conquista do Corinthians não é um título, mas ter uma imensa torcida fiel e assustadoramente apaixonante de 30 milhões de loucos. E pra você, qual foi a maior conquista do Timão?
Um comentário:
Que isso marcelo. O jogo contra o vasco. A bola do Diego Souza que o Cássio tirou com a ponta dos dedos. O gol do Paulinho aos 40 e poucos.
Depois o jogo contra as sardinhas, time jogando mal no primeiro tempo, gol da calopsita. Eu nem tenho vergonha de dizer que ali, naquela hora, senti medo. Medo de não dar por pouco, de novo. Mas deu, deu e foi foda.
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