São Paulo, 19 de fevereiro de 2008
Prezado Sr. Presidente,
Por decisão de V. Sa. e da sua Diretoria, esta Comissão foi instalada em 4 de fevereiro de 2008 para levantar e avaliar alternativas técnico-financeiras para a construção de um estádio para o Corinthians. O prazo estipulado para a conclusão desta primeira etapa do trabalho foi aproximadamente de 90 dias. Entretanto, desde que nós iniciamos nossos trabalhos, nós enfrentamos um problema, exposto abaixo, cuja solução exigirá uma decisão das outras instâncias do Clube e não desta Comissão.
Como é hoje de conhecimento publico, entre as alternativas que podem ser consideradas, existe um projeto com algum nível de detalhamento elaborado pelas empresas SEEBLA e EGESA e apresentado a esta comissão pelo Conselheiro EDGAR SOARES. Embora seja natural que a Comissão examine e opine sobre ela no prazo mencionado acima, um detalhe deste projeto impossibilita tal procedimento: a empresa SEEBLA tem uma opção de compra de um terreno, para construção do estádio cujo prazo vence impreterivelmente no dia 25 de fevereiro de 2008 (data que nos foi confirmada pelo Sr. Francisco Caiafa, diretor da SEEBLA, em reunião ocorrida ontem, 18 de fevereiro). Obviamente, ela exercerá tal opção somente se o Corinthians assinar um pré-contrato com essa empresa, obrigando o Clube a aderir ao projeto das mesmas. Caso contrário, o terreno e, como conseqüencia, o projeto em questão, estará descartado.
A decisão de assinar (ou de não assinar) o pré-contrato com a mencionada empresa pode ter graves conseqüências para o futuro do Clube. Infelizmente, no curto espaço de tempo até 25 de fevereiro, a Comissão não tem condições de avaliar essas conseqüências. Qualquer recomendação sobre este assunto sem estudos técnicos (impossibilitados pela exigüidade de tempo) seria leviana e irresponsável por parte desta Comissão.
Logo, uma vez que, por um lado, a Comissão não poderá contribuir com o debate em torno deste projeto e, por outro lado, o restante do trabalho da Comissão dependeria do resultado desse debate, o único procedimento que nos parece cabível é o de suspender nossos trabalhos até que uma decisão final seja tomada pelas instâncias competentes do Clube sobre o referido projeto.
Atenciosamente,
Eduardo da Rocha Azevedo / Ernesto Cordeiro Marujo / Ibrahim Eris / Manoel Felix Cintra Neto
Comentário:
Acredito que a carta responde qualquer dúvida quanto a pressão de alguns para que o projeto fosse adiante, inclusive com o fato de expor tal proposta à imprensa. O problema agora é de Sanchez, que poderá ser acusado de "negligência" por não tomar uma decisão ou pior, tomar e depois se arrepender de tê-la feito.
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