“…e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” [2° Timóteo c4, v4]
O episódio está na Bíblia, no Êxodo, um livro do Velho Testamento, que relata a libertação dos Judeus, mantidos como escravos pelos egípcios, que após permitir libertá-los, resolveu enviar um exercito para perseguí-los. Moisés liderou seu povo que partiu para a terra prometida e abriu o Mar Vermelho para a passagem dos Judeus e fechando-o sobre os soldados egípcios e afogando-os.
Alguns dizem que os Judeus caminharam numa parte rasa do golfo de Suez, outros dizem que foi a maré que subiu, existe também a teoria que os carros pesados egípcios afundaram em águas pântanosas, tem quem afirme que isso nunca ocorreu. Uns buscam a comprovação e outros apenas tem fé.
O que isso tem relação com o Corinthians e o atual momento do time na Libertadores? Bom, a relação é muito similar.
A Fiel após sofrer com o time na segunda divisão, elevou sua moral ao retornar em grande estilo, com rodadas de antecedência, que fez crescer a esperança no ano seguinte, foi a libertação.
Conquistamos o Paulistão invicto e faturamos a Copa do Brasil, porta de entrada para a Libertadores do ano seguinte, aqui nos foi apresentada a Terra Prometida.
Perdemos guerreiros, ganhamos outros, vivenciamos um sofrimento anestesiado no Brasileiro, mas confiantes em nossos líderes de que existiria um planejamento para chegarmos à Terra Prometida.
Ao chegar no Mar Vermelho, o que fazer para ‘passar’ para o outro lado? Eis o momento que a Fiel entrou em parafuso, alguns até estão em pânico decretando a derrota eminente, outros tentam motivar-se e espalhar otimismo, mas tem aqueles radicais que estão tão confiantes que são capazes de dar uma “forçadinha” pro pessoal em campo se convencer disso.
A partida contra o Flamengo foi ATÍPICA, enfrentamos a chuva, a falta de drenagem do Maracanã, algo que estamos desacostumados e o Flamengo até já tem Cesar Cielo pra momentos como este. Nosso time é técnico, metódico, truncado e deficitário no ataque, já que Ronaldo é uma icógnita e Souza é uma sombra minúscula, mas precisaremos de gols para reverter esta situação.
Faltou experiência ao Moacir? Claro. Faltou sorte ao Julio César? Sim. Faltou mais objetividade quando tivemos um jogador a mais? Óbvio. Agora por mais que o 1x0 tenha acontecido por uma penalidade, vá questionar o Flamenguista e tente apostar com ele a classificação e perceberá que o medo de um lado é o receio do outro.
Acreditem que a diretoria está literalmente no paredão, pois o planejamento de um ano inteiro, do centenário do clube – que realmente só começa em Setembro – será colocada em Xeque, afinal o torcedor vai ventar forte sobre o elenco milionário que não atingiu nenhum objetivo até o momento e pior, ainda sugou o torcedor com ingressos à preços absurdos num plano cuja a anuidade é mais absurda ainda.
Uma torcida que lotará o Pacaembú, que vai cantar, incentivar, pressionar o jogo todo, que vai literalmente entrar em campo, pro bem ou por mal, mas será que terá paciência necessária e que o time de Mano Menezes irritávelmente possui para conquistar seus objetivos?
Não duvide que a imprensa fará festa, o Flamengo é favorito, Adriano é o selecionável e o blá-blá-blá dos recalcados, de quem não consegue uma entrevista com Ronaldo e prefere duramente criticá-lo, não por falta de razão, mas apenas pelo esporte jornalistico de vender notícia.
Os jogadores não precisam de cartas abertas, de declarações de torcedores, de pressão. Eles já sabem que isso ocorrerá e acreditem, tem gente com o pé fora do clube, esperando apenas o fim da Libertadores e um MOTIVO, que a Fiel raivosa adora ofertar.
Hoje somos torcedores com fé, uns com muita fé capazes de cotar passagens para o Chile, outros com pouca fé que fazem deboche da desgraça, temos os incrédulos que vão comemorar muito a passagem para as quartas.
Nos falta um Moisés, para liderar-nos e guiar-nos, que abra o Mar Vermelho, que fure o bloqueio, que articule, que descongele o futebol que o Corinthians mostrou o primeiro semestre do ano passado, pois até o momento só tivemos a fé.
Que Deus ilumine nossos atletas, que conscientize nossa torcida, que nos mostre nosso líder ou nossos líderes, que São Jorge nos proteja, pois o Pacaembú ficará pequeno.
Vai Corinthians!
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